domingo, 21 de outubro de 2007

A floresta sitiada


Há hoje uma visão catastrofista do futuro da Amazônia. Nela, pintam-se madeireiros e pecuaristas avançando sofregamente sobre um fiapo restante da selva. O fogo, utilizado para queimar a mata e dar lugar aos pastos, leva consigo árvores centenárias e destrói o habitat de centenas de espécies animais. No seu rastro, um cenário de terras devastadas e cidades miseráveis, herança da exploração desenfreada. Exagero? Sim e não. É improvável que a Amazônia, que é muito grande e só seria devastada por meio de um trabalho sistemático de desmatamento durante muitas gerações, chegue a correr o risco de destruição maciça, total, antes que a opinião pública se insurja e impeça a agressão. O apocalipse, no entanto, já desceu sobre pedaços consideráveis da região. Seria conveniente que eles funcionassem como alerta. Uma boa mostra fica na região do Vale dos Carajás, no Pará. Como em uma dúzia de outras áreas da Amazônia, ali hoje se reúnem dois tipos de degradação. Uma é a da terra, transformada num cemitério de tocos, onde havia antes uma floresta luxuriante.

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